quarta-feira, novembro 17, 2010

Monoparentalidade, abono de família e medidas de austeridade.

«... o trabalhador auferindo o ordenado mensal de 475,00€, tinha que trabalhar 498 anos (quase cinco séculos) para receber o montante que o “António Mexia” recebeu num ano...»

Bem que desconfiava que quem mais ganha, menos desconta, e mais "borlix's" tem.

E as medidas de austeridade são para os mesmos de sempre (quem nada ou  menos tem).




Falemos  de prestações familiares (abono de família) passando a dar o meu exemplo:

Os meus filhos (3)  beneficiam do 1.º escalão;
Até ao mês passado (Outubro/2010) a Seg. Social pagava para cada filho:

-  43,68€ por mês,
- mais a majoração de 8,74€ por cada filho
(essa majoração foi requerida por mim há um ano atrás, não porque algum funcionário me tivesse informado desse direito mas, porque como estou registada no site da Seg.Social directa apercebi-me que a minha família monoparental tinha direito à dita majoração).

Este mês (Novembro/2010) a segurança social encolheu as prestações:
- para 35,19€ por mês;
- a majoração para 7,04€.

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Na realidade recebi  uma cartinha (datada: 03/11/2010) da Seg. Social com o seguinte «assunto: Eliminação de majoração de 25% no 1.º e 2.º escalão do abono de família para crianças e jovens.»

Em que a negrito constava a seguinte frase:
«... a partir do mês de Novembro de 2010 o valor das prestações de abono de familia para crianças e jovens de que V. Ex.ª é recebedor vai ser alterado, passando a não contemplar a referida majoração...»

Moral da história:
É triste ser desempregada involuntária, depender de esmolas do estado, e ser mãe neste País, que não respeita os filhos que neste berço são gerados e criados...

Até quando os sucessivos governos vão continuar a implementar políticas que só  beneficiam os ricos e a humilham os pobres?

segunda-feira, novembro 15, 2010

À groundforce na escala de Faro.


A TAP detém 43,9% das acções;
A  Europartners detém 50,1% das acções;
A Portugália detém 6% das acções.



Europartners é accionista maioritária da Groundforce, (clique aqui)



Esses trabalhadores (que antes eram a 100% TAP) decerto fizeram algum acordo no passado com a groundforce para lá poderem continuar a trabalhar. 

Agora chegam à conclusão que: nada é para sempre; não são intocáveis; não pertencem a nenhuma casta distinta; não são diferentes de outro qualquer cidadão em idade activa para trabalhar; vão para o desemprego como tantos outros trabalhadores precários (por imposição) o foram ano após ano (alguns injustamente mas, como foram para o desemprego em menor escala ninguém se manifestou ou importou com isso, e inclusive muitos deles com filhos menores também e contas para pagar).

Quantos trabalhadores sazonais passaram pela TAP e pela groundforce?
Quantos não viram os contratos renovados e quantos tiveram a sorte de continuar a trabalhar durante a época baixa (não terão sido sempre os mesmos, com umas pequenas "nuances")?
Quais foram, durante décadas, os critérios de escolha de recursos humanos por parte da empresa e das chefias (supervisores, chefes de escala,...)?
Quantas injustiças foram feitas durante décadas a bons profissionais que não viram renovados os contratos (pelas mais variadas razões, algumas que a razão desconhece) e tiveram de mudar de profissão ou voltar a estudar por forma a obterem formação intermédia ou superior?

Se esses 336 trabalhadores se unem contra o despedimento (que não passará de uma tentativa falhada) porque não analisam a situação sob outro prisma? 

Deviam  ver a actual situação como uma grande oportunidade, no sentido de, unidos poderem vir a dar o V/ contributo para o desenvolvimento da economia, através da criação de uma pequena ou média empresa virada de preferência para a exportação.

Com o dinheiro das indemnizações e pedindo o subsidio de desemprego na totalidade à Segurança social; com o apoio de quem possa ajudar (entidades competentes relacionadas com o desenvolvimento e implementação de novas empresas; porque não com a participação de cientistas que queiram desenvolver projectos viáveis; qui ça com a participação de inventores que queiram desenvolver e comercializar determinado produto;...), esses trabalhadores só necessitam de apoio e formação, precisam que os dirijam no caminho certo,  não ficando simplesmente limitados a chorar sobre o “leite derramado”(isso não os leva a lado nenhum).

Porquê pré-reformas aos 50 e tal anos? Acham-se acabados? Alguém terá de motivar e dirigir esta gente no sentido certo pois, nem todos são empresários mas, todos detêm qualidades, características e capacidades que podem ser úteis para os próprios e para o País, esta gente só precisa da ajuda de pessoas com visão por forma a que possam aplicar o dinheiro no sentido certo.

A Câmara Municipal de Faro por exemplo poderia ajudar a dar o impulso como? (clique aqui)

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Levantar capital para financiar sua invenção - Uma das coisas mais difíceis e importantes para fazer!, (clique aqui)

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terça-feira, novembro 09, 2010

S.S.S.

 Os Srs. inteligentes e responsáveis pela S.S.S. (Solidariedade e Segurança Social) chamam «protecção familiar» a quê?

Acham que protecção familiar é tirar a quem mais precisa?

Não acham vergonhoso tirar 08,49€ X 3 = 25,47€ (vinte e cinco euros e quarenta e sete cêntimos) por mês, a quem está abrangido no 1.º escalão, referente à ajuda que têm vindo a dar pelo facto de eu ter 3 (três) filhos a meu cargo?
Agradeço me seja dada uma justificação numa base legal, e como cidadã deste País chamado Portugal tenho toda a legitimidade em exigi-la.

Será que eu ainda terei de pedir desculpa ao estado (dentro do Estado) por ter trazido filhos ao Mundo, é isso? Face ao elevado aumento de idosos neste País pergunto-me se este País merecerá a elevação da taxa de natalidade.

Em vez de irem buscar a quem tem, vêm buscar a quem nada tem?

Impuseram-nos (subentenda-se cidadãos comuns em idade activa para trabalhar) a precariedade, seguida da subsídio-dependência, numa rotatividade agonizante, graças às horríveis, nada humanas e humilhantes politicas de emprego, geradoras de desemprego, de precariedade e de miséria humana, reflectidas na quantidade de gente que já vai à sopa dos pobres, o que infelizmente está em voga, e pergunto-me quanto ganharão mensalmente todos esses gestores ou administradores de dinheiros para fins sociais de matança de fome humana e de apoios ao pagamento de casa e sabe-se lá mais o quê sim, porque os cidadãos não são informados dos seus direitos, simplesmente são espoliados de tudo, inclusive da dignidade e do direito a ter uma família que se desenvolva de forma sã e com condições.

Eu pessoalmente nunca me meti com empréstimos bancários (para nada, muito menos para comprar casa, e garanto que até há bem pouco tempo muitas foram as vezes que recebi chamadas telefónicas de empresas que ofereciam crédito para tudo e mais alguma coisa) porque sempre me ensinaram desde terra idade que só se gasta o que se tem, logo se as únicas possibilidades que me ofereceram na vida (á força) foram a da insegurança e da instabilidade laborais, nem em sonhos me atreveria a pedir empréstimos para casa porque, sempre tive bem a noção de que nunca poderia vir a pagar esse “luxo”, o de ter casa própria…

Os cidadãos só têm deveres: o dever de trabalharem décadas e décadas para as entidades patronais quase à “borlix”, “comerem e calarem”, enquanto trabalhadores porque, as empresas sempre tiveram a “faca e o queijo na mão”.

Pobres e ignorantes patrões que não vêem que se são alguém na vida e se têm lucros é porque os cidadãos produzem para eles encherem os bolsos, e o que dão eles em troca aos seus trabalhadores? Dão uma remuneração escandalosa que muitas vezes nem para alimentar e vestir a família dá, depois o patronato agradece, a quem desempenhou funções, de que forma? – Enxotando e descartando, sem dó nem piedade, quem muito de si deu em prol das empresas (muitas vezes: oferecendo horas de trabalho às empresas sem qualquer tipo de remuneração extraordinária; não tendo outro remédio senão o de secundarizar a própria família; e por vezes calando as ilegalidades e irregularidades empresariais de que se vão apercebendo à medida que o tempo passa) para no fim receber novamente uma não renovação contratual, e isto repete-se consecutivamente em círculos viciosos.

Depois uma vez mais estes cidadãos em idade activa para trabalhar caem novamente no desemprego involuntário e aí são apontados (por empresários; pelo próprio estado e por cidadãos vira-casacas) como se fossem os maiores bandidos à face da terra que não querem trabalhar.

Aí são chantageados pelo IEFP para ocupar postos de trabalho denominados contratos de emprego-inserção, antes designados como contratos de actividade ocupacional, que ao que parece estão em vias de vir a ter um outro nome, isto é, lá terão de criar uma nova portaria que revogue a Portaria n.º 128/2009 de 30 de Janeiro, é isso? Pergunto-me qual será o novo nome que irão dar a este tipo de trabalhos camuflados que, mais parecem uma forma encoberta de escravatura? Não será isto uma maneira de já nos estarem a pagar uma reforma antecipada forçada? Que tipo de reforma terei eu e todos os cidadãos nestas circunstâncias caso venhamos a ter a pouca sorte de entrar na 3.ª idade? Se este é o tratamento que estamos a ter enquanto jovens e adultos como será na 3.ª idade, quando actualmente a 3.ª idade até já passa fome e sofre pela sua pobreza envergonhada?

Sim, meus Srs. os cidadãos comuns sempre receberam reduzidos salários neste país, para além da agravante, após a célebre revolução dos cravos (25/04/1974), das relações laborais precárias e não vinculatórias, sem direito a progressão na carreira simplesmente, porque lhes foi vedado qualquer tipo de progressão na vida profissional e nem sabem o que é isso porque nunca o tiveram.

Esta foi a grande oportunidade para oportunistas de miséria humana, o que deu azo às empresas de trabalho temporário de vingaram a olhos vistos, e muitas das ofertas, constantes no site do IEFP, não passam de ofertas de empresas temporárias (numa relação unha com carne mas, legal).

Resumindo os sucessivos governos, há décadas que nos têm vindo a encurralar numa espécie de armadilha de subsídio-dependência virada para um género de trabalho que, não é “peixe nem carne”, é uma coisa sem sal, desenxabida que não dá futuro a ninguém nem qualquer tipo de motivação laboral, retirando-nos inclusive a vontade de continuar a viver, só para sobreviver sim, porque os cidadãos não vivem, os cidadãos sobrevivem.Que esperança poderemos nós passar aos nossos filhos quando o presente é o que está à vista? Como vou explicar aos meus filhos que eles já estão endividados desde o primeiro dia em que saíram das minhas entranhas?

As pessoas ficam iludidas com esses contratos pagos com subsídios de desemprego e umas migalhitas (que lhes foram retiradas aquando dos cálculos de atribuição de subsidio e que depois lhes são pagas sob a forma de 20% e subsidio de refeição e subsidio de transporte) com a esperança que se tudo correr bem poderão no fim vir a formalizar alguma espécie de contrato a termo certo ou por tempo indeterminado, coitados! Quão iludidos andam estes cidadãos que não vêem (pobres desgraçados) que tudo isto não passa de uma armadilha convenientemente estudada e que após-terminus de subsídio de desemprego simplesmente os mandam embora, e as funções que ocupavam passam a ser ocupadas por outros e com as mesmas condições.