Há um Hospital público no Algarve cujas consultas externas de oftalmologia deixam muito a desejar.
Ao que parece o Hospital tem preferência por médicos estrangeiros, deduzo que seja porque estes recursos humanos saem mais baratos ao Estado, será o salário base destes especialistas inferior ao que pagavam aos especialistas Portugueses que de lá saíram?
Conheço dois casos de utentes que foram às ditas consultas e foi-lhes diagnosticado cataratas pelo(s) especialista(s) estrangeiro(s), logo a doença ficou registada no processo individual de cada paciente, certo?
Até aqui parece tudo normal, certo? mas, não é!
Há um pormenor importante a referir.
Os pacientes foram pedir um segundo parecer médico fora do Hospital E.P.E., isto é, recorreram a consulta no privado (com médico Português).
Nos diagnósticos finais dos segundos pareceres médicos, a ambos os pacientes, o termo cataratas estava fora de questão, isto é, ambos os pacientes só necessitavam de óculos (lentes).
Esta situação é simplesmente lamentável e inadmissível!
Pergunto-me:
- Quantos casos mais de diagnóstico "errado" haverá?;
- A quantos mais pacientes, com graves carências económicas logo, impossibilitados de recorrer ao privado para um segundo parecer médico, foi diagnosticado cataratas (ou outro qualquer problema visual) que efectivamente não têm?;
- Quantos processos individuais de pacientes existem com diagnóstico errado; com cirurgias (por exemplo às cataratas) ou tratamentos que nunca foram efectivamente efectuados?;
- Em termos de vencimento base estes recursos humanos estrangeiros saem mais baratos ao hospital mas, se registam nos processos dos doentes diagnósticos ou tratamentos efectivamente não realizados ou não necessários, receberão quanto por essas más práticas?;
- Será que o hospital paga aos pacientes (cujo diagnóstico está errado) as deslocações de casa para as consultas e vice-versa?;
- Haverá algum dinheiro que pague as mazelas psicológicas deixadas pela preocupação com uma doença ou uma possível cirurgia que não existe ou não é necessária?;
- Se a especialidade de dermatologia também está como está (ao que parece um único médico Português) será que os médicos estrangeiros desta especialidade também têm o mesmo modus operandi que os de oftalmologia?;
- Quantas mais especialidades existirão naquele hospital em que os médicos (estrangeiros) agem da mesma maneira?;
- Imaginemos que um cidadão tem um acidente qualquer e quando entra nas urgências do hospital está inconsciente (ou não) mas, tem os documentos de identificação no bolso, ao inserirem a identificação do acidentado no sistema informático terão acesso ao processo do mesmo, certo? E se no processo do doente aparecer um diagnóstico errado não dará isto azo (pós acidente) a um tratamento igualmente errado? Quais serão assim as consequências para o acidentado?;
- Um dia esses médicos estrangeiros sairão do hospital (possivelmente para os Países de origem ou outro qualquer País) porque arranjarão um hospital ou uma clínica que lhes pague melhor ou abrirão o seu próprio consultório.
Entretanto nos processos dos utentes ficam registados esses diagnósticos convenientes à carteira do sr. ou sr.ª Dr.(a) que, se foi embora para auferir um salário mais justo, adequado e à altura da especialidade que exerce.
Até que ponto podem estes médicos ser responsabilizados?
- Afinal qual é o papel do Hospital E.P.E.? Ao fim ao cabo no meio de tanta "incompetência estratégica médica" qual a responsabilidade do hospital público?
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