Enquanto cidadã Portuguesa, desempregada involuntária de
longa duração, em situação de doença tenho a dizer que lamento o desrespeito
com que o Ministério da Saúde tem vindo a tratar os médicos, e os utentes do SNS
nos vários serviços públicos de atendimento, que fazem os possíveis para ajudar
os pacientes com os insuficientes instrumentos e meios que o Ministério da
Saúde coloca ao seu dispor. O sr. Ministro da saúde devia saber que sem ovos
não se faz omeletes, sem forno não se faz pão… Se ao sr. Ministro lhe dessem um
gabinete sem os instrumentos necessários ou com os instrumentos desadequados
para exercer a sua função muito provavelmente não atingiria os objectivos a que
se propôs antes de ascender a um lugar tão distinto.
Ontem descobri na plataforma do ministério da saúde que não
tenho direito a reclamar do SNS, fiquei triste com o que vi na plataforma dos
serviços do ministério da Saúde.
Clique na seguinte frase para abrir a hiperligação:
No que se refere a esta frase (escrita a vermelho por baixo do valor referente ao «Rendimento Mensal» ) só tenho a dizer: - «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o
que fazem»
Foi assim, desta maneira "dura, crua, nua e fria" que finalmente entendi a razão do tipo de
respostas que o Ministério da Saúde (e não só) tem vindo a dar às minhas várias
reclamações, todas as minhas criticas têm sido construtivas e até determinada
altura até achei que esta seria a melhor forma de prestar tarefas úteis à
sociedade mas, enganei-me redondamente, afinal para os sucessivos governos as tarefas úteis à sociedade só são aquelas que eles escolhem em forma de contrato de RSI, de contrato de inserção profissional e afins em que os cidadãos trabalham e são pagos com parcos subsidios da Segurança Social.
Sr. Ministro a saúde não tem a ver só com dinheiro e para a
saúde (e não só) não deveria haver contenção de custos.
Quando os médicos tratam as pessoas doentes utilizam os
conhecimentos que ao longo de anos absorveram, a praxis fá-los crescer mas,
algumas vezes precisam da mão de Deus para os ajudar, para os guiar nos
tratamentos adequados. Já agora aproveito para agradecer ao Dr. Victor Martins
(cirurgião da unidade pediátrica de pneumologia do Hospital de Santa Maria de
Lisboa) e à equipa que, há 2 décadas atrás, trataram e salvaram (com o apoio de Deus) um dos meus filhos. Se
nessa época os médicos me respondessem tal qual alguns médicos me têm vindo a
responder ao longo desta última década o desfecho teria sido diferente.
Quero agradecer ao Dr. Eusébio Pinto, meu ex-médico (porque
se reformou) de família pela paciência que teve para comigo e pelo pouco que
conseguiu fazer por mim, graças às sucessivas contenções de custos na saúde. Eu
sei que o Dr. me ajudaria mais se isso estivesse nas suas mãos.
Espero que o Dr. Manuel Alveirinho, meu actual médico de
família não tenha de passar “as passas do Algarve” como o Dr. E.P. passou e se
conformar com as contenções de custos, com a falta de meios e de condições para
despoletar os instrumentos necessários para
tratar as pessoas como deve ser, logo desde a fase inicial da doença, espero do
fundo do coração que consiga exercer a sua função na plenitude. Agradeço ao Dr.
M.A. os conselhos e o apoio (dentro das medidas do possível) que me tem dado, é
uma honra tê-lo como médico de Família.
À Dra. Fátima Peralt Lopes, neurocirurgiã agradeço que tenha
valorizado as minhas queixas e lamento que até à data, para o meu caso, não tenha sido criada uma equipa médica com
médicos de outras especialidades para além da sua especialidade, porque o meu problema não é
só neurológico, para além disso, eu quero ser operada num hospital público e
por médicos que tenham boas taxas de êxito no tipo de intervenção cirúrgica de
que necessito.
Os hospitais têm de se responsabilizar pelo tipo de
tratamento que dão a seus doentes, é inacreditável que “lavem as mãos” como “Pôncio Pilatos”, através do envio de um vale cirurgia com 3 hospitais
privados à escolha do paciente, depois de anos de sofrimento não é em cima dos
joelhos e à pressa que a coisa se resolve, a minha vida não é um jogo de
euromilhões ou raspadinha em que se acertar ganho e se não acertar perco.
Em todo o lado há bons e maus profissionais mas, limitar o
exercício profissional dos bons profissionais a obstinadas contenções de custos
é imoral, é degradante e desumano. Um bom profissional é aquele que também se
responsabiliza pelo que faz e quando erra reconhece, aprende com os erros não
os repetindo e pede desculpa sempre que necessário.
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