A
ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, disse, esta sexta-feira,
que as profissões jurídicas têm que ser "reguladas" para que exista uma
"clarificação" dos actos que cada profissional deve praticar "em nome da
certeza e da segurança jurídica".

"Há que regular e clarificar as
profissões jurídicas", disse Paula Teixeira da Cruz, que participou na
cerimónia de abertura do V Congresso dos Solicitadores, que se realiza
hoje e sábado, em Lisboa.
Para a ministra da Justiça, a regulação destas actividades não significa que existam "profissões jurídicas a mais".
Paula Teixeira da Cruz considerou que "há espaço para as profissões jurídicas", desde que estejam reguladas.
A
regulação destas actividades jurídicas está relacionada, de acordo com a
ministra, com a existência no sistema judiciário de profissões com
"competências sobrepostas" e que "praticam simultaneamente actos que não
estão no núcleo essencial de cada uma dessas profissões".
"Isso
vem fragilizando objectivamente essas mesmas profissões", afirmou, dando
como exemplo de profissões que se sobrepõem actos que são próprios do
notariado ou actividade do solicitador e são praticados por outros
profissionais.
Sobre a advertência do presidente da Câmara dos
Solicitadores (CS), José Carlos Resende, de que há um excesso de
solicitadores e que no futuro não poderá haver trabalho para todos,
Paula Teixeira da Cruz disse que esta realidade "não se muda por
decreto, mas sim por exigências no recrutamento e formação contínua".
A
ministra adiantou que o Ministério da Justiça está a estudar com o
presidente da Câmara dos Solicitadores questões relacionadas com o
estatuto, recrutamento e introdução de mecanismos de fiscalização.
Paula
Teixeira da Cruz sublinhou ainda o trabalho conjunto que está a ser
feito com a CS para pôr fim à alegada falta de transparência da
actividade profissional dos agentes de execução (cobrança de dívidas).
"A
CS e o Ministério da Justiça estão a trabalhar num conjunto de
projectos que vão desde intervenções legislativas até agilizações de
sistemas informáticos para pôr termo a este tipo de situações. É um
combate que assumimos conjuntamente e que tem o empenho total",
sustentou.
Por sua vez, o presidente da CS salientou que já está
parcialmente em funcionamento uma funcionalidade informática que permite
verificar os valores recebidos pelos agentes de execução.
José
Carlos Resende destacou "a necessidade de se apresentar de uma forma
transparente todas as contas dos processos de execução".»
[Mensagem actualizada a 16 de Outubro de 2011]
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