Contestar é um direito que nos assiste enquanto cidadãos livres de um País democrático.
A precariedade laboral não é novidade em Portugal.
Tenho 48 anos (actualmente sou desempregada involuntária) e afirmo que o meu primeiro contrato de trabalho (no ano de 1985) foi um género de acordo tripartido entre mim, a empresa onde exerci funções, e uma empresa de trabalho temporário (sediada em Lisboa), depois disso ao longo de vários anos assinei várias modalidades de contratos de trabalho a termo em várias empresas (não me podem acusar de falta de flexibilidade e mobilidade), não porque eu quisesse que assim fosse mas, porque as politicas laborais a isso me obrigaram (como a tantos outros) e o pessoal da minha geração aceitou sem contestar, talvez fosse porque os cidadãos assimilaram a lavagem cerebral que os vários governantes nos deram nos diversos mass média, a palavra crise e o aperto do cinto a que Mário Soares se referia continuou pelo tempo fora e assim somos chegados a esta encruzilhada.
Agora depois do tempo passado e dos factos/exemplos serem mais que muitos, temos de escolher se queremos continuar a ser comidos por parvos ou protestar, contestar as politicas laborais, a falta de segurança e as sucessivas injustiças laborais, enraizadas há demasiado tempo, o menu laboral que nos têm servido tem sido indigesto e tóxico até mais não para imensa gente em idade activa para trabalhar, há décadas que nos servem contratos de trabalho putrefactos que têm vindo a causar dolo e danos irreparáveis para famílias inteiras, é pois um dever reclamar, bufar, denunciar publicamente em blogues e nas redes sociais.
Agradeço a todos os que têm vindo a fazer o Blog do movimento independente "Precários Inflexíveis" por existirem e serem quem são:
«Quem somos?
Somos precári@s no emprego e na vida. Trabalhamos sem contrato ou com
contratos a prazos muito curtos. Trabalho temporário, incerto e sem
garantias. Somos operadores de call-center, estagiários, desempregados,
trabalhadores a recibos verdes, imigrantes, intermitentes,
estudantes-trabalhadores...
Não entramos nas estatísticas. Apesar de sermos cada vez mais e mais
precários, os Governos escondem este mundo. Vivemos de biscates e
trabalhos temporários. Dificilmente podemos pagar uma renda de casa. Não
temos férias, não podemos engravidar nem ficar doentes. Direito à
greve, nem por sombras. Flexisegurança? O "flexi" é para nós. A
"segurança" é só para os patrões. Esta "modernização" mentirosa é
pensada e feita de mãos dadas entre empresários e Governo.
Estamos na sombra mas não calados. Não deixaremos de lutar ao lado de
quem trabalha em Portugal ou longe daqui por direitos fundamentais. Essa
luta não é só de números, entre sindicatos e governos. É a luta de
trabalhadores e pessoas como nós. Coisas que os "números" ignorarão
sempre. Nós não cabemos nesses números.
Não deixaremos esquecer as condições a que nos remetem. E com a mesma
força com que nos atacam os patrões, respondemos e reinventamos a luta.
Afinal, somos muito mais do que eles.
Precári@s, sim, mas inflexíveis.»
Obrigada por toda a vossa dedicação e empenho, só juntos conseguiremos meter ordem na casa (afinal no rol actual de desempregados e precários há decerto gente com competência e capacidades mais que suficientes para aderir a esta causa, ao movimento, e dar um contributo importante para que os Recursos Humanos sejam respeitados) e não podemos continuar a ter medo... lutemos então porque a precariedade laboral termina em desemprego involuntário. A partir de determinada idade já ninguém nos quer e isso é desumano. Desenganem-se os que ainda têm um posto de trabalho efectivo pois, se abrirem os olhos chegarão à conclusão que também para vós irá sobrar, alguns já começaram a ser "congratulados" com o desemprego involuntário (pelas mais variadas razões), as consequentes apresentações quinzenais, as ofertas de emprego indecorosas, a desmotivação, o abandono...
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«O movimento Precários Inflexíveis foi alvo de uma Providência Cautelar pela empresa Ambição International Marketing...» por causa da mensagem abaixo e respectivos comentários |
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