Sem dúvida que a falta de pessoal e de
material faz com que condições de trabalho do pessoal (médicos;
enfermeiros; auxiliares; técnicos e especialistas de saúde; administrativos) se
deteriorem imenso e quem paga são os cidadãos que necessitam de cuidados de
saúde.
Não há condições para ninguém neste País excepto
para os políticos, única profissão que dá direito de facto a carreira
profissional e (aparente) estabilidade dos que a exercem.
Os Srs. do poleiro querem que as mulheres deste
País tenham filhos dizem que é por causa da baixa natalidade mas, depois não
sabem como meter a máquina a funcionar, por forma a, que os serviços públicos
funcionem como deve ser, sim que funcionem a favor dos utentes, afinal cada
gravidez leva dentes (e não só), não é?
Em dia de greve os jornalistas vão para as portas
dos hospitais e centros de saúde, falam com os utentes que se sentem
incomodados por não serem atendidos pelo serviço de saúde no dia de greve mas,
os Srs. jornalistas não entram dentro dos gabinetes médicos para verem as
condições com que estes trabalham, pois não?
Vamos exemplos?
Aqui vai
- Centro de saúde de Faro, Algarve, Portugal
O jovem dentista que está no consultório, que
recebe utentes carenciados:
- Não tem assistente para o ajudar enquanto
repara os dentes;
- A cadeira de dentista (onde os pacientes se
sentam) está a cair aos bocados, razão pela qual hoje em pleno dia de greve não
tive a consulta, que marquei há mais de 1 mês, para tratar de uma das infecções
dentárias que tenho;
- Se precisa de ver um CD de um exame
imagiológico tem de sair do seu gabinete porque o computador do consultório não
está preparado para fazê-lo;
- Se detecta uma infecção num dente do siso tem
de requerer consulta para o utente no Hospital de Faro, o que leva imenso
tempo.
Será que o Sr. ministro da saúde desconhece que:
- Numa infecção dentária o cérebro está sempre
recebendo sinais de infecção e envia constantemente "os polícias do
organismo" para o combate, se a infecção não for tratada a
tempo pode levar à morte associada a sepse que advém precisamente de disfunção
orgânica aguda ou falência de múltiplos órgãos devido a infecções secundárias
ou complicações decorrentes da doença de base, no caso de uma infecção dentária
não tratada a tempo.
- Em Faro estão sendo enviadas crianças
(inclusive com idades até 10 anos), que antes eram seguidas por terapeutas
(exemplo: terapeutas da fala e terapeutas ocupacionais) nas consultas externas
do Hospital de Faro, para consultas de psicologia no hospital psiquiátrico de
Faro? Acha normal que crianças que conseguem atingir medianamente objectivos
escolares e que vão evoluindo sejam atiradas de repente para consultas num
hospital psiquiátrico? Também deve achar normal que psicólogos insistam em
receitar medicamentos com o princípio activo metilfenidato (do grupo das
anfetaminas), quando por exemplo no Brasil a administração deste tipo de
medicamento está proibida a crianças;
- Por exemplo os bochechos de flúor não podem ser
dados a crianças cujo autismo está adormecido ou a pessoas com problemas na
tiróide? Por mero acaso mandará o programa de bochechos quinzenais nas escolas
públicas fazer análises prévias à urina das crianças de verificação dos níveis de
fluoretos no organismo? Ou a assinatura de encarregados de educação (menos
esclarecidos) dando permissão para os tais bochechos é suficiente para que a
culpa dos serviços de saúde "morra solteira"? Até quando os Srs. Ministros
da saúde em Portugal continuarão a ser como o Poncio Pilates, os médicos e técnicos
de saúde os carrascos e os pacientes Jesus Cristos?
- Por exemplo em questões neurológicas sensíveis
os utentes devem ser operados por médicos que apresentam taxas de êxito em vez
de condicionarem os pacientes à sua região de residência?
- …
Afinal quando é que os profissionais da saúde e
os utentes dos serviços públicos são tratados como deve de ser, com o respeito
e com a dignidade que merecem?
O QUE RAIO SE PASSA NESTE PAÍS sr. Ministro?
O sr. Ministro da saúde ou é um incompetente ou
está alheado da realidade que afunda este País a passos acelerados.