terça-feira, novembro 27, 2012

As crianças e jovens Portugueses estão em risco

Comunicado da CONFAP - Confederação Nacional das Associações de Pais

Criança desmaia na escola devido à fome.





«Aluno com fome desmaia nas aulas

 Um aluno do 11.º ano desmaiou durante uma aula por ter fome, numa escola em Lisboa. O caso foi denunciado pela professora no Facebook horas depois do ocorrido, gerando uma onda de consternação.


Já se tinha queixado no estabelecimento de ensino de não ter dinheiro para pagar o passe, tendo em conta que ruma diariamente do Barreiro a Lisboa, e de outras carências. Porém, esta terça-feira, as dificuldades do jovem aluno atingiram um patamar gritante, que só tinha similar na Grécia: desfalecer em plena sala de aulas porque ainda não tinha comido nada.
O episódio foi relatado, ao início da tarde, no facebook, por Anabela Rocha, professora que leciona naquela escola, pulverizando-se pela rede social e por vários blogues. Ao JN, salvaguardando a identidade do jovem, a docente contou que a escola tem tentado ajudar o aluno, que já conta com mais de 18 anos, mas que esse apoio se cinge neste momento ao transporte.»

domingo, novembro 18, 2012

A Manifestação de 14 de Novembro de 2012, a carga policial e a lavagem de mãos da CGTP (quem promoveu a manif.)

Antes de passar ao testemunho da jovem (entre outros) quero deixar aqui uma frase

Curiosidades:
- Quando se trata de futebol a polícia consegue destrinçar e prender os indivíduos que recorrem à violência, salvaguardando e protegendo assim a integridade física dos restantes cidadãos que assistem ao futebol de modo não violento.
Quando se critica o governo a conversa é outra apanha tudo pela medida grossa.

- Quem convocou a manifestação foi a CGTP (evento a nível Europeu)  . «Quanto aos incidentes da manifestação pós (19horas) greve geral , Arménio Carlos disse:
«São lamentáveis os incidentes que ocorreram na Assembleia da República», disse apenas Arménio Carlos, preferindo não se adiantar no assunto...»



A.C. deu a manifestação por terminada às 19 horas. A "carneirada" ou será os "lindinhos" que o seguiram muito organizadinhos e admoestados tinham de dispersar a partir daquela hora, é isso?


- Pelos vistos a Arménio Carlos da CGTP deu-lhe muito jeito que cidadãos não sindicalistas ou sindicalizados, ou cidadãos não trabalhadores, desempregados involuntários, ou trabalhadores precários, idosos, reformados, pais com crianças, pessoas em cadeiras de rodas, jovens, etc. engrossassem os números da manifestação, ou seja, deu jeito para as estatísticas o n.º de  pessoas presentes na greve sindical.


- A CGTP evitou falar dos incidentes da manif. e escreveu no seu site:

«Uma Greve Geral excepcional

Trabalhadores dos sectores dos transportes, portos, aeroportos, comunicações e telecomunicações, administração pública central, regional e local, indústria, comércio, serviços, minas, agricultura, e pescas realizaram uma das maiores Greves Gerais dos últimos anos em Portugal, complementada por 39 concentrações que contaram com a participação de dezenas de milhares de trabalhadores.

A CGTP-IN a todos saúda e incentiva a prosseguir em unidade a luta pelos direitos e salários e por um Portugal com futuro.»
NEM UMA ÚNICA PALAVRA A TODOS OS QUE FORAM À MANIFESTAÇÃO E QUE NÃO TRABALHAM (PORQUE NÃO OS DEIXAM) ou aos que trabalham mas como estão recebendo subsidio de desemprego não passam de uns POC's;  POD's ou estagiários como os verdadeiros trabalhadores (com contrato a termo ou sem termo) os conhecem ou intitulam.



- Arménio Santos lavou as mãos em relação aos injustos espancamentos e detenções abusivas por parte das forças de segurança, aliás ele até já está pedindo aos cidadãos para voltarem a manifestar-se no dia  27 de Novembro, PARA QUÊ??? 

- Seria bom saber de que lado estão as forças de segurança, será do lado da liberdade ou será do lado dos opressores??? 

- Para a próxima manifestação levem a polícia de intervenção que costuma ir aos jogos de futebol, pois parece que esses estão melhor preparados.

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Passo então ao testemunho da jovem  Sara Didelet, uma das capturadas pela PSP, durante a manif. de 14 de Novembro de 2012

«Explica, na primeira pessoa o que se passou e como foi no Tribunal de Monsanto:

 ''RELATO DA MANIFESTAÇÃO DE 14 DE NOVEMBRO
Ao contrário do que muitos possam pensar eu não tenho qualquer sede de protagonismo ou vontade de me expor, antes pelo contrário, há até alturas em que prefiro honestamente passar despercebida, mas esta altura não é (porque não pode ser) uma delas.

Decidi escrever este texto porque como cidadã sinto-me não só no direito como na obrigação de relatar o que realmente aconteceu na passada manifestação de 14 de Novembro na Assembleia da República, e digo realmente porque infelizmente mais uma vez a comunicação social preferiu manipular e ocultar a verdade, já para não falar das nojentas e falsas declarações da PSP.

Cheguei a São Bento acompanhada do meu namorado e dois amigos por volta das 16:00/16:30 quando o Arménio Carlos da CGTP ainda estava a discursar. Mantive-me lá alguns instantes, tendo depois chegado outra amiga nossa. Entretanto desloquei-me com uma amiga ao Mini Preço e qual não foi o meu espanto ao ver quando voltámos que já as grades tinham sido derrubadas e já um enorme alvoroço ocorria. Quem esteve presente não pode mentir e ser hipócrita dizendo que não houve violência da parte dos manifestantes pois é claro que houve, durante duas horas os polícias do corpo de intervenção foram agredidos com pedras da calçada, balões de tinta, garrafas de cerveja, etc. Foram agredidos sim, mas por uma MINÚSCULA minoria dos que estavam presentes na manifestação! No meio de milhares de pessoas talvez só umas 10 (e bem visíveis) arremessavam pedras e outros objectos. Independentemente da agressão que sofreram NADA justifica o que se passou em seguida… de repente, sem qualquer aviso prévio, (embora a comunicação social e a PSP insistam que houve um aviso feito através de megafone quem esteve presente na manifestação sabe tão bem quanto eu que não se ouviu absolutamente nada e que não foi feito qualquer esforço para que se ouvisse…) a polícia carregou sobre os manifestantes com uma brutalidade sem medida e que eu jamais tinha visto na vida. Como todos os outros comecei a correr e encostei-me à parede, de seguida várias dezenas de pessoas (muitas de idade avançada) se juntaram a mim e tentámos todos proteger-nos uns aos outros. A maioria das pessoas chorava e gritava “PAREM! PAREM POR FAVOR! NÃO FIZEMOS NADA!” e a polícia continuava a espancar toda a gente sem dó nem piedade e ainda com mais força! Vi velhotes a serem espancados, sei de pessoas que viram pais a serem espancados com os filhos pequenos ao colo, sei de pessoas que viram a polícia a tentar espancar uma pessoa de cadeira de rodas e vários manifestantes a rodeá-lo apanhando a pancada por ele para o protegerem. No meio de tanta violência, confusão e multidão histérica tentando sobreviver o melhor que sabia, consegui fugir com o meu namorado mas acabámos por nos perder dos nossos amigos. Continuámos sempre a fugir em direcção à Avenida Dom Carlos I, várias vezes parámos pelo caminho pensando que a polícia já não vinha atrás de nós, e várias vezes tivemos que fugir novamente pois a perseguição continuava. Acabámos por encontrar novamente um dos nossos amigos e depois de vários chamadas telefónicas soubemos que as duas meninas nossas amigas tinham ficado retidas pela polícia, marcámos um ponto de encontro e passados uns minutos elas lá conseguiram fugir e encontrámo-nos todos. Daí para a frente o nosso único objectivo era conseguirmos perceber o que se estava a passar mas acima de tudo assegurarmos também a nossa segurança, mas rapidamente percebemos que tal não seria possível. A polícia pura e simplesmente não parava de perseguir os manifestantes! Continuámos sempre a fugir, parando pelo meio para curtos descansos pois a perseguição continuava… já na Avenida 24 de Julho pensámos estar safos mas que mera ilusão, aí ainda foi pior! A Polícia continuava atrás de nós e de muitos outros mas desta vez disparando balas de borracha! Todos corremos apavorados o máximo que podíamos até que de repente mesmo ao pé da estação de comboios fomos interceptados por um grupo de polícias à paisana que violentamente e chamando-nos todos os nomes e mais alguns nos obrigaram a encostar às grades da estação enquanto mandavam ao chão e agrediam outras pessoas. Lá ficámos sendo enxovalhados e revistados vezes e vezes sem conta. Os rapazes foram todos algemados (uns com algemas e outros com braçadeiras) e separados das raparigas e de seguida fomos obrigados a sentarmo-nos todos no chão sem saber o que ia acontecer pois os polícias só nos intimidavam e não respondiam a nada. Devo frisar que devíamos ser cerca de 15/20 pessoas todos na sua maioria jovens adultos (18/20 anos) e inclusive um rapazinho de 15 anos! Lá fui posta dentro da carrinha com as minhas duas amigas, com o meu namorado e com mais 6 jovens (um dos amigos que tinha ido connosco conseguiu fugir), ou seja 9 pessoas dentro de uma carrinha com capacidade para 6. Fomos dentro da carrinha (os rapazes todos algemados) sem nunca nos ter sido fornecida qualquer informação sobre o lugar para onde íamos ou sobre o que nos ia acontecer. Chegando ao local estivemos uns intermináveis minutos todos fechados dentro da carrinha até que com intervalos pelo meio nos foram tirando de lá um a um, até no final só ficar eu. Fora da carrinha agarraram em mim sempre a gritarem “BAIXA A CABEÇA! OLHA PARA O CHÃO CARALHO!”. Já dentro da “esquadra” (Tribunal de Monsanto, o que por si só representa uma ilegalidade) fui escoltada por uma mulher polícia até à casa de banho onde me obrigaram a despir INTEGRALMENTE, onde me obrigaram a colocar-me de cócoras para verem se tinha algo escondido na vagina ou no ânus, onde me obrigaram a tirar todos os brincos, anéis, pulseiras, atacadores dos sapatos e os próprios sapatos! Fui obrigada a dar o meu nome e data de nascimento. Ficaram com todos os meus pertences (incluindo o telemóvel que antes me tinham obrigado a desligar) e fui levada até à cela de meias num chão gelado! Lá á minha espera estavam as minhas duas amigas e outras duas meninas que também tinham sido detidas. O que se passou a seguir foram duas horas e meia ridículas e sem qualquer sentido… foram-nos sempre negados os telefonemas para casa, sempre que alguém falava nisso alegavam que não sabiam de nada, nunca nos disseram porque estávamos ali, nunca nos respondiam concretamente a nada, apenas mandavam bocas estúpidas! Ficámos na cela duas horas e meia ao frio, sem comer, sem beber, descalços e vá lá que nos deixaram ir à casa de banho embora às meninas tenham dito “espero que tenham aproveitado pois só lá voltam amanhã”. Passadas essas duas horas e meia fomos sendo chamados um a um para recolhermos os nossos pertences e para serem feitas as identificações. Foram preenchidas folhas em que nos eram pedidos todos os nossos dados (BI, nome dos pais, morada, telemóvel, telefone fixo, profissão, etc. …) tendo que assinar no final, caso não o fizéssemos não sairíamos dali. Lá fomos embora, vendo-nos todos no meio do Monsanto muitos sem saberem sequer como ir para casa.

Não fomos espancados na “esquadra” mas fomos todos vítimas de humilhação e violência psicológica. Todos fomos detidos injustamente sem nunca sequer termos sabido o porquê da detenção. Fomos perseguidos como criminosos desde São Bento até ao Cais do Sodré! Éramos todos jovens (como já frisei a média de idades devia rondar os 18/20 anos) cujo único crime cometido foi termos participado numa manifestação. Nem eu, nem nenhum dos meus amigos arremessámos qualquer pedra, garrafa ou o que quer que fosse, não o fiz desta vez nem em nenhuma outra manifestação. Fomos detidos e perseguidos injustamente quando já nos dirigíamos ao Cais do Sodré para apanharmos um táxi para casa!

Quem não esteve presente e não viveu tudo isto certamente pensará que estou a exagerar ou a dramatizar, mas acreditem que não, as coisas foram bem piores até do que aquilo que descrevo. A repressão policial sentida ontem foi muito, muito grave e digna dos mais nojentos regimes fascistas e ditatoriais! As pessoas estavam literalmente a ser espancadas e perseguidas nas ruas e não tinham ninguém que as protegesse! Eu vi velhos cobertos de sangue! Vi mulheres e homens aos gritos de medo e desespero!

Há quem sem sequer ter estado presente insista em “proteger” os polícias e dizer que agiram muito bem, que quem lá estava só tinha era que apanhar, que eles coitadinhos foram agredidos com pedras durante duas horas, que muito pacientes foram eles, que nós os manifestantes somos todos uns arruaceiros. A essas pessoas eu só vos digo: VÃO-SE LIXAR! Abram os olhos, abram a mente e vejam a realidade que vos rodeia! Vão a manifestações e vejam por vocês próprios o que realmente acontece! Sejam humanos, sejam solidários e deixem de acreditar em tudo o que a comunicação social vos mostra! NADA justifica tudo aquilo porque eu e milhares de pessoas passámos e isto não pode ficar impune! Toda a gente tem o direito de se manifestar sem ser agredido brutalmente ou perseguido! Fala-se num aviso feito pela Polícia de Intervenção mas ninguém ouviu esse aviso! Um dos rapazes que foi detido no Tribunal do Monsanto nem sequer tinha participado na manifestação, ia apenas a passar na Avenida 24 de Julho no momento das detenções! Acham isso bem? Acham correcto que dezenas de jovens inocentes tenham sido detidos sem terem cometido NENHUM crime? Eu não acho, acho vergonhoso, nojento e muito grave num país que se diz democrático e de 1º mundo! Foram queimados caixotes do lixo e postos a bloquear estradas? Sim foram, mas tudo como uma resposta de enorme ódio e revolta em relação à acção desumana da polícia! Eu era a primeira a ser contra o arremesso de pedras mas depois do que vi e vivi ontem digo com a maior tristeza do mundo: quem age assim não é um ser humano, é uma criatura maldosa e formatada e merecem o que lhes venha a acontecer daqui para a frente. São cães raivosos, mercenários do Estado que vestem a farda da ditadura em vez de protegerem o povo!

A todos os que foram detidos comigo, principalmente quem veio comigo na carrinha e as minhas companheiras de cela: OBRIGADA a todos! Obrigada pelo apoio, pela união, pelo convívio e risos mesmo numa altura tão triste para todos, pelas canções e assobios, pela partilha de opiniões e experiências e acima de tudo por lutarem por um país melhor para todos! Obrigada também a todos os que estavam à nossa espera à saída do Tribunal do Monsanto e a todos os que se preocuparam connosco.

Estou viva, bem fisicamente mas muito, muito triste e desiludida com tudo o que vivi … ainda estou em estado de choque e a achar surrealmente grave tudo aquilo que se passou. Peço desculpa se o texto não está o melhor possível mas é muito complicado relatar com exactidão tão chocante experiência.

O objectivo era incutir-nos medo e fazer-nos não frequentar mais manifestações? Teve o efeito exactamente contrário: não me calam e jamais me impedirão de lutar por aquilo em que acredito! A luta continua sempre! VOLTAREMOS!''

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 O que não falta por aí são testemunhos vou só transcrever mais uns quantos:

«MANIFESTAÇÃO DE 14 DE NOVEMBRO - DETENÇÕES ILEGAIS POR ORDEM DE PASSOS COELHO E CAVACO SILVA


A PSP deteve cerca de 100 pessoas, hoje, após a manifestação em frente ao Parlamento. Os detidos foram espalhados por vários estabelecimentos.
As detenções ocorreram na zona do Cais do Sodré, de forma aleatória, havendo alguns que nem na manifestação tinham participado. A esta hora, no Tribunal Criminal de Monsanto cerca de 20 estão, aos poucos, a ser libertados. Isto depois de terem sido privados de qualquer contacto com o exterior e depois de serem obrigados a assinar um Termo de Identificação, sob coacção, com vários espaços em branco.

Actualização, às 01h12:
Em Monsanto estavam cerca de 25. Não os consegui contar a todos nem falar com todos. Falei com os suficientes para perceber que uma série de abusos foram praticados.
Detidos sem qualquer acusação, impedidos de contactar com o exterior, impedidos de ir ao WC, coagidos a assinar um termo de identificação com espaços em branco…
Na Boa Hora estiveram mais uns quantos e, ao que parece, no Calvário também.
As informações continuam a chegar. E já há, pelo menos, um vídeo das detenções no Cais do Sodré.

Actualização à 01h25:

Testemunho do escritor Mário de Carvalho, na sua página do Facebook:
Posso testemunhar que no caso de um detido, já posto em liberdade, foi recusada à família por mais do que uma vez , durante um período de três horas, a informação do local em que o detido se encontrava. Agentes e comissária diziam que TINHAM ORDENS para não dar essa informação. A prisão em local indeterminado configura-se como SEQUESTRO. Lembra os procedimentos típicos das ditaduras da América Latina? Pois lembra.

Testemunho de Ana Margarida de Carvalho (mãe de um dos detidos):
«A todos os amigos que se interessaram e que ajudaram. Foi de facto um lindo serviço: hoje à noite, na prisão de alta segurança de Monsanto, onde custumam enclausurar os barões da droga e outros energúmenos estava uma vintena de adolescentes imberbes. Foram detidos porque sim, sem qualquer acusação, por agentes à paisana que os apanharam em vários pontos da cidade, alguns nem sequer tinham ido à manifestação… Sem direito a telefonarem, nem a contactar com os advogados (tinham ordens nesse sentido, diziam os srs agentes)… Havia pais que ainda não sabiam em que estabelecimento prisional estavam os filhos. O joão está bem, com algumas nódoas negras nos pulsos por causa das algemas, mas até suportou bem a humilhação, os insultos, o permanecer descalço durante 3 horas numa cela gelada de pedra (enfim, havia miúdos feridos, a pingar sangue, portanto…)» (OBSERVAÇÃO: ISTO CONFIGURA A PRÁTICA DOS CRIMES DE RAPTO E TORTURA POR PARTE DA POLÍCIA, IMITANDO AS PRÁTICAS DA PIDE-DGS DE SALAZAR E MARCELO CAETANO) «Quanto aos outros, os tipos dos capuzes e das pedras e das claques ou lá o que eles são, não sei… Não os vi por lá. O importante reter é que neste momento, ao abrigo do alerta laranja, das ordens do MAI e da NATO, podemos ser presos por participar numa manifestação. Claro que isto foi «só» uma manobra de intimidação, mas resulta: para a próxima participarão menos, com certeza. Eu mesma, não sei… terei que ir tomar conta dos meus filhos, escoltá-los até chegarem a casa, sãos e salvos… Enfim, a palhaçada continua. obgd mais uma vez.
Em Monsanto, enquanto iam libertando alguns dos detidos, em pequenos grupos, pude escutar a seguinte resposta por parte de um agente de PSP a um detido que lhe perguntava como podia saber por que motivo o haviam levado para ali: «O Comando amanhã abre às 9 horas. Vá lá e pergunte!»

Actualização à 01h45:
Testemunho de Rodrigo Rivera, um dos jovens detidos esta noite:
Tivemos de assinar um papel com espaços por preencher para poder sair, impediram o acesso à advogada. Entretanto já conseguimos falar com ela (…).»

A saga das facturas da água e saneamento básicos.

 Antes de tudo quero deixar bem claro que as nuvens não são fábricas de água privadas das empresas que prestam serviços de abastecimento de água às populações.
Para quem não sabe ou ainda não entendeu explico que a água cai do céu, das nuvens... Ainda ninguém privatizou as nuvens pois não? Nem as mesmas foram registadas como indústria da chuva, pois não?
 
Em Abril deste ano mudaram-me o contador de água. O contador sempre esteve bom e eu não queria que o mudassem mas, a resposta que obtive dos homens que mudam contadores foi de que se não deixasse que o mudassem me cortavam a água.

Sei que no prédio onde moro mudaram os contadores nalguns apartamentos como também sei que os contadores que meteram no mesmo dia não são todos iguais, isto é, da mesma marca (desconheço o fabricante)ou modelo. O leitor ou homem que faz a leitura tem de andar com um aparelho diferente por tipo de contador, portanto não entendo qual a estratégia da empresa em ter aparelhos diferentes de leitura. Também gostaria de saber que tipos de negócios ou acordos foram feitos com fornecedores de contadores de leitura de água e respectivos aparelhos de leitura. Seria bom saber quantos tipos de aparelhos de leitura tem a FAGAR e se todas essas leituras entram (são lançadas) num único programa ou aplicação informática. Uma auditoria a este nível seria interessante.

Numa folha de cálculo (Excel) lancei todos os valores (consumos, impostos e valor total) das facturas desde o ano passado até à data e achei a média do consumo chegando à conclusão que em relação ao ano transacto estão-nos cobrando a mais 1 metro cúbito por mês, isto é, estão a cobrar a mais 1000 litros de água por mês aos consumidores domésticos.

Fiz uma comparação entre os meses de Julho, Agosto, Setembro do ano transacto com os mesmos meses do ano corrente e concluí que:
- Nos meses de Julho e Setembro deste ano pagámos a mais 2 metros cúbitos de água por cada mês de referência, ou seja, 2000 litros de água por mês o que dá 4000 litros de água pagos a mais em 2 meses;
- No mês de Agosto deste ano pagámos a mais 1 metro cúbito de água, ou seja, 1000 litros de água pagos a mais.

Conclusão: Só em três meses deste ano pagámos a mais 5 metros cúbicos de água, ou seja, 5000 litros de água paga a mais por consumidor doméstico.


Os detalhes referentes àquilo que pagamos, constantes nas facturas, são assustadores estão sempre acrescentando mais um item a cada ano que passa.

A partir de Janeiro do corrente ano acrescentaram o item "Taxa de Gestão de Resíduos", já não nos bastava andarmos a pagar a "Taxa de recursos hídricos de água" mais a "Taxa de recursos hídricos de Saneamento" e mamarmos com IVA sobre Taxa, isto é, mamarmos tributação sobre tributação, a que chamo fraude, roubo, fantochada, abuso fiscal.
Que eu saiba essas taxas são aplicadas às empresas que poluem o ambiente e não aos cidadãos consumidores. mas, isto é como tudo, a lei existe no papel mas, não é cumprida.

Quer as taxas como o saneamento são todos calculados de acordo com o consumo mensal de água. As médias que acima calculei tendo chegado à conclusão que nos estão a cobrar água a mais não é o pior, o pior mesmo são os preços insuportáveis pelo tratamento de esgotos mas, fico-me por aqui.

Ah, ainda falta referir que em relação à última factura (período de facturação) de Outubro de 2012 se a compararmos com a factura do ano transacto pagámos a mais este ano 3 metros cúbicos de água, ou seja, 3000 litros de água a mais.

Façam as vossas contas e depois digam se estou certa ou não.
As diferenças a mais pagas  no que se refere ao valor de impostos incluídos nas minhas facturas  do ano transacto e ano corrente referentes à comparação relativa aos meses de  Julho, Agosto, Setembro e Outubro são as seguintes:
 0,51€; 0,42€; 0,32€; 0,69€
Multiplicando os valores pagos a mais pelos consumidores domésticos relativamente aos impostos poder-se-á dizer que os cofres do estado estão a ficar rechonchudos e concluir que a entidade responsável por fiscalizar estes abusos está-se nas tintas para fazê-lo, porque os cidadãos não são senão uma fonte de rendimento para abusadores de poder...
   
Por último:
Resta saber se todas as facturas que não têm um número de identificação fiscal real (quero com isto dizer que não me refiro aos NIF aleatórios atribuídos pela empresa aos consumidores que ainda não actualizaram os respectivos processos enquanto clientes/consumidores*) associado aos consumidores e respectivos contadores de água se entram claramente nas contas da empresa prestadora do serviço ou se os valores cobrados pela empresa cairão em um género de saco roto. 
*Quem quiser mudar o nome do titular do contrato de abastecimento de água (excluídos estão os casos de divórcio ou os de morte de cônjuge que, não pagam nada pela mudança de nome de titular do contrato e actualização de NIF ou I.C.) vê-se obrigado a pagar neste momento (como sempre! A cada ano que passa os valores aumentam): 
- 7,96€ por desligar o contador que nunca chega a ser desligado; 
- mais 15,91€ por ligar o contador que nunca foi desligado;
O que dá um total de 23,87€ por mudança de nome de titular do contrato e respectiva actualização (neste procedimento administrativo ninguém chega a mexer no contador) .
 
Logo é perfeitamente normal que muitos consumidores não alterem o nome do titular do contrato, porque sai caro. 
 
 
 Portanto sra. Ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz  disse V/Exa. , algumas vezes,  que a impunidade acabou, foi isso? Ou será que ouvi mal?!
  Para o Tribunal de contas estas contas da FAGAR também devem estar  muito bem feitas, certo?